Total de visualizações de página

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Academic interest in Local Productive Systems (LPS)

RESUMO Arranjos produtivos locais (APLs), caracte- rizados como aglomerações territoriais de agentes econômicos, políticos e sociais, que têm foco em um conjunto específico de atividades econômicas e que apresentam vínculos entre si, vêm ganhando importância crescente como objeto de estudo acadêmico e de políticas públicas. Parte dessa atenção deriva da hipótese que essas aglomerações possibilitam ganhos de eficiência que os agentes que as compõem não podem atingir individualmente – ou seja, que nelas está presente uma "eficiência coletiva" que confere às aglomerações uma vantagem competitiva específica. Baseando-se na literatura sobre APLs industriais, este artigo comenta a base analítica desta "eficiência coletiva", fundada em "economias externas locais" e "ação conjunta". Os dois fundamentos e os resultados da eficiência coletiva em termos de vantagens competitivas são discutidos em seções separadas, ficando a seção conclusiva reservada às implicações da análise precedente para a política econômica. Palavras-Chave: arranjos produtivos locais; eficiência coletiva; economias externas; ação conjunta; políticas públicas. Classificação JEL: O18; R11; R38. ABSTRACT Academic interest in Local Productive Systems (LPS) is on the rise. So are public policies specifically directed to such systems, which may be defined as a territorial agglomeration of interacting economic, social and political actors focused on a specific set of economic activities. Part of such interest derives from the hypothesis that such agglomerations lead to gains in efficiency which the components of the system would not be able to achieve in isolation, i.e. that in such systems, there is a "collective efficiency" in operation, which provides the system with a specific competitive advantage. Key words: local productive systems; collective efficiency; local external economies; joint action; public policies. JEL Classification: O18; R11; R38. Referências bibliográficas ARRUDA, M. Acesso das micro e pequenas empresas ao crédito. Arranjos Produtivos Locais, São Paulo, 2004. Mimeo. [ Links ] CASSIOLATO, J. E.; LASTRES, H. (Comp.). Globalização & inovação localizada – Experiências de sistemas locais no Mercosul. Brasília: IBICT/MCT, 1999. [ Links ] CASSIOLATO, J. E.; LASTRES, H. O foco em arranjos produtivos e inovativos locais de micro e pequenas empresas. In: CASSIOLATO, J. E.; LASTRES, H.; MACIEL, M. L.(Comp.). Systems of innovation and development: Evidence from Brazil. Cheltenham, RU: Edward Elgar, 2003. [ Links ] CASSIOLATO, J. E.; LASTRES, H.; MACIEL, M. L. (Comp.). Systems of innovation and development: Evidence from Brazil. Cheltenham, RU: Edward Elgar, 2003. [ Links ] COOKE, P.; CLIFTON, N. Spatial variation in social capital among UK small and medium-sized enterprises. In: DE GROOT, H; NIJKAMPF, P.; STOUGH, R. Entrepreneurship and regional economic development: a spatial perspective. Cheltenham: Edward Elgar, 2004. [ Links ] CORNES, R.; SANDLER, T. The theory of externalities and public goods. Cambridge University Press, 1996. [ Links ] COUTINHO, L. Regimes macroeconômicos e estratégias de negócios: uma política industrial alternativa para o Brasil no século XXI. In: LASTRES, H.; CASSIOLATO, J. E.; ARROIO, A. (Comp.). Conhecimento, sistemas de inovação e desenvolvimento. Rio de Janeiro: Editora UFRJ/Contraponto, 2005. [ Links ] ERBER, F. S. Política científica e tecnológica: uma revisão da literatura. In: SAYAD, J. (Org.). Resenhas da Economia Brasileira. São Paulo: Edição Saraiva, 1979. [ Links ] ERBER, F. S. Innovation and the development convention in Brazil. Revista Brasileira de Inovação, v. 3, n. 1, 2004. [ Links ] GUIMARÃES. E. A. Acumulação e crescimento da firma: um estudo de organização industrial. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1981. [ Links ] HERRERA, A. Ciencia y politica en America Latina. México: Siglo Veintiuno Editores SA, 1971. [ Links ] HIRSCHMAN, A. The strategy of economic development. Yale University Press, 1958. [ Links ] HUMPHREY, J.; SCHMITZ, H. The triple C approach to local industrial policy. World Development, v. 24, n. 12, 1996. [ Links ] HUMPHREY, J.; SCHMITZ, H. Chain governance and upgrading: taking stock. In: SCHMITZ, H. (Comp.). Local enterprises in the global economy: Issues of Governance and Upgrading. Cheltenham, RU: Edward Elgar, 2004. [ Links ] LA ROVERE, R.; HASENCLEVER, L.; ERBER, F. S. Industrial and technology policy for regional development: promoting clusters in Brazil. The International Journal of Technology Management and Sustainable Development, v. 2, n. 3, 2004. [ Links ] LA ROVERE, R.; SHIBATA, L. Políticas de apoio a micro e pequenas empresas e desenvolvimento local:alguns pontos de reflexão. Revista REDES, v. 11, n. 3, 2007. [ Links ] LAKATOS, I. Falsification and the Methodology of Scientific Research Programmes. In: LAKATOS, I.; MUSGRAVE, A. (Comp.). Criticism and the growth of knowledge. Londres: Cambridge University Press, 1970. [ Links ] LASTRES, H.; CASSIOLATO, J. E.; MACIEL, M. L. (Comp.). Pequena empresa: cooperação e desenvolvimento local. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2003. [ Links ] LASTRES, H.; CASSIOLATO, J. E.; ARROIO, A. (Comp.). Conhecimento, sistemas de inovação e desenvolvimento. Rio de Janeiro: Editora UFRJ/Contraponto, 2005. [ Links ] LASTRES, H.; CASSIOLATO, J. E. Innovationsystems and local productive arrangements: new strategies to promote the generation, acquisition and diffusion of knowledge. Innovation and Economic Development, v. 7, n. 2, 2005. [ Links ] MARSHALL, A. Principles of economic. 8th edition. Londres: Macmillan, 1920. [ Links ] MARX, K. Le Capital. In: Œuvres Economie, v. 1. Paris: Editions Gallimard, 1963. [ Links ] MEYER-STAMER, J. Paradoxes and ironies of locational policy in the new global economy. In: SCHMITZ, H. (Comp.). Local enterprises in the global economy: Issues of Governance and Upgrading. Cheltenham, RU: Edward Elgar, 2004. [ Links ] MYTELKA, L.; FARINELLI, F. De aglomerados locais a sistemas de inovação. In: LASTRES, H.; CASSIOLATO, J. E.; ARROIO, A. (Comp.). Conhecimento, sistemas de inovação e desenvolvimento. Rio de Janeiro: Editora UFRJ/Contraponto, 2005. [ Links ] NATH, S. K. A Reappraisal of Welfare Economics. Londres: Routledge & Kegan Paul, 1969. [ Links ] PENROSE, E. The Theory of the Growth of the Firm. Oxford:Basil Blackwell, 1972. [ Links ] SANDLER, T.; TSCHIRHART, J. Club theory: thirty years later. Public Choice, n. 93, 1997. [ Links ] SCHMITZ, H. Collective efficiency: growth path for small-scale industry. Journal of Development Studies, v. 31, n. 4, 1995. [ Links ] SCHMITZ, H. Collective efficiency and increasing returns. Cambridge Journal of Economics, v. 23, n. 4, 1999. [ Links ] SCHMITZ, H. (Comp.). Local enterprises in the global economy: Issues of Governance and Upgrading. Cheltenham, RU: Edward Elgar, 2004. [ Links ] SCHMITZ, H. Aglomerações produtivas locais e cadeias de valor: como a organização das empresas influencia o aprimoramento produtivo. In: LASTRES, H.; CASSIOLATO, J. E.; ARROIO, A. (Comp.). Conhecimento, sistemas de inovação e desenvolvimento. Rio de Janeiro: Editora UFRJ/Contraponto, 2005. [ Links ] SCHMITZ, H.; NADVI, K. Clustering and industrialization: introduction. World Development, v. 27, n. 9, 1999. [ Links ] SCITOVSKY, T. (1954). Two concepts of external economies. In: AGARWALLA, A.; SINGH, S.(Comp). The economics of underdevelopment. N.Y.: Galaxy Books, 1967. [ Links ] WEBER, M. Economia y sociedad. México: Ed. Fondo de Cultura, 1964. [ Links ] Artigo recebido em junho de 2006; aprovado em fevereiro de 2008. E-mail de contato do autor: fabio.erber@gmail.com Uma versão anterior deste artigo foi utilizada na minha intervenção na mesa de abertura da ALTEC 2005, Salvador, outubro de 2005. Agradeço os comentários de Hubert Schmitz, Renata La Rovere e de um parecerista da Nova Economia a uma versão inicial, isentando-os, porém, de toda responsabilidade pelo conteúdo. 1 A definição é tomada de Cassiolato e Lastres (2003, p. 27) e é utilizada amplamente, tanto em universidades quanto em instituições de apoio como o Sebrae. 2 Tomei como referência os trabalhos de Hubert Schmitz e seus colaboradores, que têm utilizado o conceito extensamente (Schmitz, 1995, 1999, 2004 e 2005; Schmitz e Nadvi ,1999; Humphrey e Schmitz, 1996 e 2004). 3 Ver a esse respeito La Rovere, Hasenclever e Erber (2004). 4 Ver, respectivamente, Nath (1969, p. 63) e Schmitz (1995, p. 535). 5 Uso o termo "programa de pesquisas" no sentido dado por Lakatos (1970). O programa é composto por um "núcleo duro" de axiomas e por um "cinturão protetor" de hipóteses sujeitas à modificação e gera heurísticas positivas e negativas. 6 Para um sumário dos julgamentos de valor subjacentes ao ótimo de Pareto, ver Nath (1969, cap. II). 7 Rendimentos crescentes e informação imperfeita, temas caros à literatura sobre desenvolvimento, ganharam outra legitimidade no "establishment" a partir do seu reconhecimento por lideranças como Krugman, Romer e Stiglitz e da formalização do seu tratamento. 8 Agradeço a Fabio Sá Earp por chamar a minha atenção para a literatura sobre clubes. 9 Institute of Development Studies da Universidade de Sussex (Reino Unido). 10 Ver referências na Nota 2. 11 Uma "indústria" pode ser definida como "um grupo de firmas engajadas na produção de mercadorias que são substitutas próximas entre si" ou de "mercadorias semelhantes em seus métodos de produção" – i.e. em termos de mercado ou base técnica. As definições vêm de Guimarães (1981, p. 33 e 173). 12 Compare-se, por exemplo, Humphrey e Schmitz (2004) e Cassiolato et al. (2003). 13 Uma revisão recente dessas políticas no Brasil encontra-se em La Rovere e Shibata (2007). 14 Erber (2004) discute o efeito da convenção de desenvolvimento liberal sobre os esforços de inovação. Coutinho (2005) analisa o regime de acumulação "perverso" e a relação macro-micro no Brasil durante as décadas de oitenta e noventa. Departamento de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Minas Gerais FACE-UFMG Av. Antônio Carlos, 6627, Belo Horizonte, MG 31270-901 Tel.: +55 31 3409 7070 Fax: +55 31 3409 7062

Um comentário: